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Concurso FCC – TRT-4: Provas e Gabaritos – Tecnologia da Informação (TI)

No dia 13/09/2015 a FCC (Fundação Carlos Chagas) aplicou as provas para o concurso do Tribunal Regional do Trabalho 4ª Região (TRT-4), em Porto Alegre, para cargos de técnico e analista de diferentes áreas. Disponibilizo aqui as provas e gabaritos para os cargos da área de Tecnologia da Informação.

Clique aqui para baixar as provas e gabaritos de analista e técnico de tecnologia da informação.


Como passar em um concurso de TI (Tecnologia da Informação)

Mais qualidade de vida, estabilidade e (em alguns casos) salários maiores. É isso o que muita gente procura quando decide começar a estudar para concursos. Esse artigo não tem a intenção de ser um guia definitivo para aprovação em concursos. Também não é minha intenção mostrar o caminho das pedras para passar em um desses concursos TOP, que pagam mais de 10 mil reais, como Banco Central e CGU.

É mais um relato de quais ferramentas e estratégias utilizei para passar em concursos na área de Tecnologia da Informação TI.

Mas antes, pra contextualizar, um pouco sobre mim (se preferir, pode pular o trecho abaixo):

Desde o início de minha adolescência me interessei por computadores. Aprendi HTML aos catorze anos e mais ou menos nessa mesma época (1999, acredito) tive meu primeiro contato com Linux. Sempre quis aprender a programar, mas provavelmente por falta de persistência, só uns 4 anos depois comecei a estudar (PHP). Queria estudar Ciências da Computação, mas como sempre fui ruim em matemática (e por um pouco de covardia, também) resolvi fazer outro curso: Geografia (quase a mesma coisa, né?).

Estudei geografia alguns anos sem muito interesse, e apesar de gostar do curso, percebi que não tinha muito futuro profissional nessa área pra mim, já que o maior campo (licenciatura) não me interessava muito. Aí deixei o curso de lado e comecei a trabalhar em tempo integral na loja do meu pai, onde eu já trabalhava meio período desde os 14 anos. Acho que aí eu já tinha 22 anos.

Por dois anos trabalhei na empresa em tempo integral e, como meu pai eventualmente se aposentadoria, as coisas meio que se encaminhavam para que eu "assumisse" a empresa. Agora era meu pai que ficava na empresa meio período. Mas por divergências na forma de gerir a empresa eu percebi que a coisa não daria muito certo. Então meu pai resolveu vender a empresa e eu fui procurar outra coisa pra fazer.

Comecei um curso tecnológo de Sistemas para Internet em uma faculdade particular (FANESE, aqui em Aracaju) e tinha combinado com meus pais que pretendia começar a estagiar o quanto antes, mas poderia levar de 6 meses a 1 ano pra conseguir algo. Como eu já sabia programar um pouco (em PHP), em 3 meses de curso consegui meu primeiro emprego como programador: 44 horas semanais, incluindo os sábados, por pouco mais que um salário mínimo.

Mesmo sendo claramente explorado, eu estava feliz por que as coisas estavam começando acontecer como eu queria: eu precisava de experiência. Trabalhei por 6 meses na empresa até perceber que não iria muito longe, e troquei o emprego por um estágio não remunerado na faculdade. Depois de 3 meses arrumei outro estágio e fiquei trabalhando 10 horas por dia e e estudando à noite.

Óbvio que não ia conseguir manter esse ritmo por muito tempo. Aí saí do estágio não remunerado e fiquei somente com o segundo estágio, onde fui contratado depois de mais 6 meses e fiquei lá por mais 2 anos até ser demitido.

Depois de demitido consegui em 2 semanas um emprego em uma multi-nacional e comecei a perceber que o ritmo e estilo de trabalho não me agradavam muito. Aí comecei a pensar na possibilidade dos concursos.

Eu tinha algum dinheiro guardado e o apoio dos meus pais, que foram muito importantes. Então fiquei na multinacional por um mês até pedir demissão para me dedicar exclusivamente para concursos.

Durante pouco mais de um ano fiz 16 concursos (em alguns casos 2 no mesmo dia), sendo 9 deles fora do estado onde moro (Sergipe) e fui nomeado em 7 deles: IFS (Técnico), UFS (Técnico), TRT-ES (Técnico), TRT-SP (Técnico), TRT-PB (Técnico), TJ-SE (Analista e Técnico).

Ironicamente, o primeiro concurso a me nomear foi o do Banese, que eu fiz uns 2 anos antes decidir começar a levar a sério o estudo para concursos, e que eu nem me lembrava mais porque já tinha perdido a esperança de ser chamado. Um mês depois fui nomeado em mais quatro (IFS, TRT-ES e TJ-SE – analista e técnico)

Mas como contar com a sorte ou o acaso normalmente não é a melhor opção, vamos estudar que é melhor! cheeky

Ainda não "aposentei a caneta preta". Mas dei uma parada de quase 1 ano e resolvi voltar a estudar agora.

Por onde começar?

É bastante normal, especialmente pra quem está começando a estudar, ficar assustado com o volume de conteúdo cobrado. É comum também haver dúvidas sobre por onde estudar (livros? videos-aula?). A forma que recomendo para estudar é principalmente videos-aula voltadas para concurso, as minhas preferidas são do pessoal do Provas de TI.

Sugiro que comece pelas cursos da área de Gestão da TI e Gerenciamento de Projetos, especialmente se seu objetivo for concursos para Analista. Pra técnico também cai, mas um pouco menos. Vou indicar aqui as aulas que acho mais interessantes para começar:

  • ITIL (e atualização)
  • COBIT (e atualização)
  • CMMI e MPSBr (e atualização)
  • PMBOK (e atualização)

Os cursos de Redes de Computadores, Segurança Operacional e Criptografia também são muito importantes, mesmo que seu concurso seja para a área de desenvolvimento.

Acho que o mais interessante é você focar inicialmente nos cursos onde os assuntos não fazem parte do seu dia a dia. Exemplo: se você é programador java, não acho interessante que você dê prioridade aos cursos de programação e algorítmo, pois a muita coisa você já vai saber resolver pela sua experiência.

Veja que não estou dizendo para não estudar, mas sim para não priorizar esses assuntos.

Pouca gente tem contato diário com as matérias de gestão, então costumam ser as mais difíceis de absorver e as mais cobradas pelos concursos, especialmente os de analista.

Não estudar português nem direito (legislação)

Esse é um dos maiores erros cometidos pelos concurseiros. Não adianta nada acertar 100% das questões específicas se você é eliminado por não atingir o mínimo da prova básica (que normalmente inclui português, legislação e raciocínio lógico).

Para essas matérias básicas, recomendo os cursos "Começando do Zero" do CERS, especialmente o de Português, que é muito bom. Direito administrativo também é muito importante, mas o curso que vi era ruim. Acredito que na versão atual do curso eles já melhoraram isso.

Raciocínio lógico normalmente não é pedra no sapato do pessoal de TI, mas se você tiver dificuldade, também é interessante fazer. Direito constitucional não costuma cair com tanta frequencia nos concursos, mas também é importante.

Fora isso, quase sempre cai algum conteúdo específico do órgão, como um regimento interno, por exemplo. Muita gente erra essas questões e, e isso é um diferencial importante.

Não se engane com os pesos da prova. Mesmo tendo um peso menor, muitas vezes a importância da prova básica na nota final é tão grande quanto a da específica, porque as notas da parte básica costumam ser muito baixas.

Faça resumos

É essencial fazer resumos e esquemas das aulas que você vê. Você não vai lembrar da aula que viu um ano antes, então vai ver a aula de novo? É muito tempo perdido. Acho interessante que seja feito no computador e não em um caderno, pois fica mais fácil de atualizar e levar quando for viajar (você pode ler pelo celular ou tablet).

O resumo também lhe ajuda a ficar atento à aula. Se você não entende o que está sendo explicado, como vai fazer o resumo?

Outra coisa: slide de power point não é resumo. O resumo tem que ter informações adicionadas por você, seu toque pessoal, para que seja realmente efeito.

Então é só assistir as videos-aula, fazer resumos e já vou estar preparado?

Não. Não mesmo. As videos-aula são apenas um preparo pra o que realmente importa: resolução de questões. O que passa você num concurso é resolver milhares e milhares de questões. Só que não dá pra resolver questões se você não souber nada do assunto, e é aí que entra a importância das videos-aula.

Eu recomendo o site Qconcursos.com para a resolução de questões. Ele é pago, mas o investimento vale a pena, não apenas pelas questões (e tem milhares e milhares), mas também pelos comentários dos usuários e professores nas questões, que ajudam muito quando você erra questão.

Planeje e gerencie o seu estudo

Agora que você já sabe quais matérias estudar e que deve resolver questões é hora de fazer seu planejamento de estudo.

Veja quantas horas você tem disponível por dia e quantos dias falta até o próximo concurso. Se ainda não tem nenhum concurso em vista, monte um planejamento pra uns 3 meses.

A partir daí você pode priorizar e escolher o que vai estudar e como seu tempo vai ser gasto.

Não dá pra gerenciar o que não é medido

Nem todo mundo faz isso, mas eu considero uma coisa importante: medir quantas horas você realmente consegue estudar em cada dia. Sabendo quanto você realmente estuda, dá pra planejar melhor, além de ajudar a lidar com a procrastinação.

Uma forma bastante interessante de medir o estudo é utilizando a técnica pomodoro.

Outra forma muito boa é utilizando a planilha criada pelo Luiz Laydner. Ela tem versão para Excel e OpenOffice/LibreOffice. Essa planilha tem um contador que vai gravando seus tempos de estudo. É meio estranho de usar no início, mas é minha forma preferida.

É muito difícil passar em um concurso da área de TI?

Não. Não é difícil. Parece coisa de livro de auto-ajuda, mas basta estudar com bons materais e com regularidade que normalmente os primeiros frutos começam a ser colhidos depois de um ano.

Claro que existem concursos mais difíceis que outros. Analista em Tribunal Federal é bem mais difícil que Técnico em Universidade Federal. Mas passar no primeiro concurso não é tão difícil. Basta ter persistência.

É importante também tentar direcionar o seu estudo para uma área. Atirar para todos os lados não costuma ser uma boa opção. Para o pessoal de TI, a área judiciária (tribunais e ministérios públicos) vem oferecendo muitas vagas.

Calce as sandálias da humildade

Quando comecei a fazer provas decidi que, como tinha nível superior, só ia fazer provas para nível superior (óbvio, né? Só que não…).

Nos primeiros concursos que fiz eu nem entrei na lista de classificados (classificados!). Aí percebi que talvez fosse uma boa ideia começar a fazer concursos para nível médio (técnico de TI). A maioria dos órgãos, mesmo que não esteja explícito no edital, permite que quem tenha nível superior possa assumir cargos de técnico (quem pode mais, pode menos).

As primeiras aprovações também ajudam muito no psicológico para manter o ritmo de estudo.

Eu devo largar meu emprego e me dedicar integralmente ao estudo de concursos?

Muita calma nessa hora! Acredito que o ideal é largar o emprego (se você tiver essa possibilidade) quando você já estiver se sentindo mais seguro e começar a ter resultados melhores. Isso vai ajudar a dar uma turbinada no processo.

Eu comecei a estudar já em tempo integral, e mesmo com tanto tempo livre, nos primeiros 3 meses eu só conseguia estudar umas 2 horas por dia. O excesso de tempo livre pode lhe atrapalhar no início.

Mas tem muitos relatos de concurseiros que passaram em concursos TOP trabalhando 40 horas por semana.

Pra se inspirar

Tem alguns textos escritos por concurseiros que ajudam muito quando a gente tá querendo começar a estudar ou está perdendo o ânimo. É até interessante re-ler alguns deles de tempos em tempos. Meus preferidos:


A pergunta não quer calar: as profissões de TI devem ser regulamentadas?

Saiu no jornal: mais um prédio desabou por conta de uma execução irresponsável da obra. O Engenheiro Civil foi responsabilizado e terá sua licença caçada. Dia vai e dia vem, e o tema sempre acaba voltando: regulamentação das profissões de Tecnologia da Informação. Grande parte do argumento utilizado é que profissões como médico, engenheiro civil e advogado são regulamentadas, então TI também deve ser. Acho a comparação totalmente descabida.

E pra não ficar com muita conversinha, já digo logo que sou totalmente contra a regulamentação da profissão, e só pra deixar claro: eu tenho nível superior na área de TI, então não falo isso por interesse próprio, mas sim porque acho que isso não tem nada a acrescentar à profissão e aos profissionais. Muito menos à sociedade.

É fato que TI vem tomando uma importância cada vez maior, e muitas vezes em áreas vitais da sociedade: vide equipamentos médicos, de controle de tráfego aéreo, de trânsito etc. Mas as três áreas utilizadas na comparação podem estar ligadas DIRETAMENTE à vida ou morte de um indivíduo. Um médico que erra pode matar uma pessoa, um engenheiro também. Um advogado incompetente pode fazer com que uma pessoa passe anos na cadeia.

Outro argumento que utilizam é que o profissional precisa ser valorizado, que qualquer um pode dizer que é programador ou técnico informática e ninguém pode dizer o contrário. Pra esse argumento só tenho uma coisa a dizer: conselho é pra proteger a sociedade. Quem protege o profissional é o sindicato. A classe que utiliza o conselho para proteger o profissional, está fazendo isso errado!

Ainda tem mais um ponto a ser levantado: a tecnologia da informação foi, historicamente, criada por profissionais de outras áreas (de administração a engenharia). E agora, de repente, você quer ignorar essas pessoas e dizer que só quem tem competência para trabalhar na área é quem é formado na área?

É óbvil que existem algumas situações onde um erro de um programador, administrador de redes ou DBA pode causar danos muito grandes, mas são poucas situações onde existe um risco à vida de um indivíduo.

Outro ponto importante é que os três profissionais citados são profissionais liberais, ou seja, na maioria das vezes eles não precisam trabalhar para nenhuma empresa. Agem por conta própria, por isso a necessidade da regulação. É claro que existem profissionais de TI que trabalham de forma autônoma, mas a maioria das funções que exigem grande responsabilidade estão vinculadas a empresas, e são essas empresas que serão responsabilizada caso algo dê errado. É papel dela evitar a contratação de um profissional ruim.

Nunca vi no jornal: DBA esquece de fazer backup e paciente com cancer morre. 😛


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