Essa frase e suas variantes circula bastante pelos blogs, listas de discussão e fóruns internet afora. Frases como “O Debian não é para usuários finais”, “Só usuários experientes usam o Debian”, e por aí vai. É bem verdade que, se for pra olhar os números, muito pouca gente usa o Debian hoje. Sua interface e instalação não é a mais amigável de todas, e sua manutenção nem sempre é a tarefa mais simples.
Mas será mesmo que ele já era?
Hoje o Ubuntu é a distribuição Linux mais popular. Talvez a mais popular de todos os tempos. Pode ser que você não saiba, mas Ubuntu, na verdade, é o Debian com algumas melhorias. Isso mesmo. A imensa maioria dos pacotes utilizados no Ubuntu vêm direto do Debian, sem nenhuma modificação.
Claro que não estou desmerecendo o Ubuntu, sua comunidade, e a Canonical (empresa dona da distribuição). Eu mesmo sou usuário do Ubuntu e acredito que muita coisa boa veio junto com ele, inclusive o grande aumento da popularidade do Linux. Só quero dizer que, mesmo que o Debian não seja mestre em atrair novos usuários, é a partir dele que o Linux mais usado atualmente foi criado. Além disso, várias outras distribuições também são derivadas dele, entre elas o Linux Mint, que também está crescendo bastante. Se o Debian acabasse hoje, possivalmente arrastaria o Ubuntu e o Mint junto. Segundo o site DistroWatch.com, existem 129 distribuições derivadas do Debian.
Sua comunidade é uma das mais fortes de software livre e libera versões para as mais variadas arquiteturas, basicamente em qualquer tipo de computador, diferente de outros sistemas operacionais. Ele não tem uma estrutura corporativa, com uma grande empresa por trás. Tudo é construído pela comunidade. E cá pra nós, grandes empresas por trás de software livres se mostraram uma coisa meio arriscada em 2010. Vide Oracle e o estrago que fez no OpenSolaris, OpenOffice e recentemente até no MySQL.
Em resumo: o Debian roda em praticamente qualquer computador, desde um smartphone a um supercomputador, em nove arquiteturas diferentes – 32-bit PC / Intel IA-32 (i386), 64-bit PC / Intel EM64T / x86-64 (amd64), Motorola/IBM PowerPC (powerpc), Sun/Oracle SPARC (sparc), MIPS (mips (big-endian) and mipsel (little-endian), Intel Itanium (ia64), IBM S/390 (s390), and ARM EABI (armel) – possui uma versão para Linux e outra para FreeBSD, e é a base de algumas das distribuições mais importantes atualmente. Será que ele morreu mesmo?
fevereiro 13th, 2011 on 10:40
Thiago,
Penso que a questão é muito mais filosófica do que técnica, pois se os desenvolvedores do Debian quiserem, este pode ser muito mais fácil do que o Ubuntu.
Por que não é? Respondo que o motivo são as questões filosóficas da Fundação de Software Livre – FSF – , e o conceito do que é, e do que não é, software livre …
Estes conceitos, na minha visão, estão atrasados e fora da realidade.
Se em um momento do passado da história do Unix eles significaram uma evolução, … hoje, quase 30 anos depois, estão obsoletos, defasados e não atendem mais aos interesses da sociedade.
No conceito de um usuário desktop, free-proprietário também é software livre … embora o código seja fechado.
No conceito de um programador, software livre é apenas aquele que tem o código aberto, mesmo que seja vendido.
Paradoxalmente, vale lembrar que nas suas páginas, a FSF não só apoia, como incentiva, o comércio e a cobrança do software livre.
Atualmente, a insistência da FSF em não aceitar o free-proprietário como software também livre para a sociedade, não é por causa da bela filosofia do passado dos tempos em que Unix se tornou proprietário, e não se era possível programa-lo.
O interesse em manter o atual conceito é financeiro, pois o free-proprietário não pode ter seu comercio apoiado por ela; não dará lucro.
Hoje, a FSF é uma câncer que atrapalha a sociedade, e não entendo por que as distribuições insistem em ficar presas aos seus conceitos e licenças, se ela nem mesmo reconhece Debian e Slackware como distribuições livres.
Torna-se necessário a criação de uma Fundação Livre de Distribuição Linux – FLDL – e um Liçença Pública de Distribuição Linux Livre – LPDLL – que traga tanto sofwares open-source, como free-proprietário, e que seja realmente livre de todos os conceitos e contratos sociais da FSF.
Não, o Debian não morreu … quem morreu foi a Fundação de Software Livre.
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DEBIAN – SQUEEZE (com todos os free-proprietários necessários para que funcione a contento).
fevereiro 26th, 2011 on 17:11
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